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domingo, 27 de julho de 2014

A Importância de Pisar no Chão

A IMPORTÂNCIA DA CRIANÇA PISAR NO CHÃO






Tive uma aluna a alguns anos atrás com sérios problemas nós pés. Ela tinha dificuldades para andar, correr e pular. Andava com dificuldades, não usava sapatos ou sandálias e só usava sapatilhas feitas por encomenda e sentia constantemente dores nos pés. 

Fiquei intrigada com aquela aluna, ela tinha várias dificuldades relacionada a motricidade, segura no lápis de uma forma completamente estranha e que eu jamais vi até hoje outra pessoa fazendo. Procurei conversar com a mãe e ela me contou que a filha nasceu completamente normal, não teve nenhum problema na gravidez, não tinha nenhuma síndrome diagnosticada e que os ortopedistas diziam que o problema da filha foi porque quando criança ela jamais colocou o pé no chão. Fiquei tão perplexa, que perguntei como assim????

 A mãe respondeu que o marido era muito rígido e que quando a filha começou a engatinhar eles moravam numa casa sem piso e que o pai exigia que a mãe colocasse meias na menina para que os pés não sujassem. 

E assim era fazia. Ela comprava vários tipos de meias, para que nunca faltassem, quando a menina começou a andar ela então comprou sapatilhas e sandálias e mesmo o pai não estando em casa ela tinha medo dele descobrir por isso a menina estava sempre calçada. 

E assim a filha cresceu. Mesmo depois da casa reforma e toda no piso a menina não andava descalça e nem de chinelas eram sempre de sandálias fechadas. O pai não deixava a menina brincar com outras crianças, correr , subir em árvores e andar de bicicletas eram coisas que a filha nunca tinha apreendido. Perguntei o porquê o pai pensava e agia assim, a mãe explicou que era a única filha, havia tentado engravidar novamente mas não conseguia então o pai a protegia o máximo que podia. Ao conversar com a mãe nunca senti que ela reprovava o marido, contava que a filha fazia tratamento e fisioterapia e que os médicos estavam ensinando ela a andar novamente. 

Certa vez ela( a aluna) chegou a aula eufórica, quis saber o porquê e ela me contou que estava muito feliz porque tinha brincado em um lugar cheio de areia, que os pés estavam doendo mas ela queria voltar. 

Quando a conheci ela tinha dez anos, uma menina alegre, sempre sorrindo mas com sérios problemas de relacionamento. Não dividia seu material escolar ou lanche, não usava nada dos amigos e nem gostava de ser questionada. Era muito dependente e estava sempre a espera da mãe para lhe auxiliar. Quando esquecia um livro dizia: "Ai droga, mamãe não botou meu livro". 

Quando a mãe chegava na escola a primeira coisa que ela fazia era pegar a mochila da filha e colocava sobre os ombros. Hoje ela tem mais de vinte anos. Ainda vive com os pais e  continua em tratamento fisioterapêutico

Durante o ano que este aluna esteve em minha classe muitas coisas chamaram minha atenção. Hoje concluo a quão importância dos estímulos psicomotores desde do nascimento até a morte do indivíduo.

Durante toda nossa vida precisamos ser constantemente estimulados. O simples ato de andar descalço é um estimulo para nosso corpo. Andar sobre os mais variados tipos de solos, regulares e irregulares, correr, saltar, cair, levantar são estímulos que colaboram para a formação do equilíbrios, da resistência motora, para o crescimento, desenvolvimento das relações inter-pessoais, afetividade como também para o cognitivo.

Existe neste relato tantas coisas que poderíamos analisar, só gostaria de ressaltar da importância dos estudos sócio-interacionistas( teoria que se baseia na relação entre o indivíduo e o meio onde vive) que nos mostram que o crescimento, desenvolvimento e aprendizagem humana está interligados as condições sócio-cultural em que o individuo está inserido. 


É necessário que tanto os pais, como professores e todos que fazem parte da infância da criança entenda que tudo que a criança passa na infância de bom ou ruim trará consequências futuras na vida psíquica, social, afetiva e cognitiva dela, portanto suas ações hoje podem prevenir doenças e frustrações futuras e que mesmo inconscientemente os pais podem provocar distúrbios psiquicos e motores aos filhos. Costumo brincar com os amigos que Deus teve ter um plano muito grande para mim, porque sobrevivi até hoje não sei porque.

 Caminhei pela primeira vez tinha uns três anos ou mais. Não mamei pq minha mãe biológica se recusou a me amamentar, durante um ano e meio fui adotada várias vezes e era tomada de volta por minha mãe biológica que tentou por fim a minha vida por diversas vezes até ser adotada por um casal de idosos que nunca tivera filhos. 

Mas os comprometimentos motores pela alimentação inadequada, falta de higiene e por nenhum estímulo afetivo ou motores já tinham se instaurados, tinhas as pernas comprometidas, junto com o resto da saúde e o crescimento. 

Minha nova família fez tratamentos, rezas e promessas até que um dia eu andei (como também fez tratamentos médicos). Apesar de muito carinhosa minha família me cobriu de cuidados até aos oito anos quando meu pai adotivo morreu e aos quartozes minha mãe adotiva morreu de câncer, eles também erraram em algumas coisas. 

Nunca aprendi a andar de bicicleta, morro de medo de insetos, de lugares altos,  eu não subo nem em uma escada de meio metro. Tudo isto porque meus pais adotivos me protegiam tanto que não permitiam que eu subisse em árvores, que eu aprendesse a andar de bicicleta (lembro que eu com nove anos ainda andava no meu triciclo pelo quintal), não brincava na rua, não podia correr, não podia banhar na chuva, não podia comer nada gelado era tanto não que até hoje tenho receio a esta palavra. 

Certo dia me vi fazendo a mesma coisa com meu filho, ele querendo andar de bicicleta eu regulando "Até ali, você vai cair, não vai até ali não...." o medo nos torna fraco e nos deixa refém do insucesso.

Então o pai o levou para uma praça sem minha presença, levou a bicicleta ela levou umas quatro queda e aprendeu a andar voltou muito feliz e hoje anda muito bem. Foi que percebi que ainda tenho os mesmos medos da infância, o medo de me machucar, de ficar doente, de morrer. 

Percebemos que os filhos são influenciados pelos comportamentos dos pais por isso precisamos estar sempre alerta e vigilantes em nosso comportamento. Tenho hoje inúmeros problemas motores resultados da minha infância daquilo que não foi trabalhado e assim como o exemplo que escrevi logo no início,  são problemas que poderiam ser evitados pelos pais. 

Não há um manual para criar os filhos, mas acredito que a informação é o caminho para minimizar tantos problemas que a criança poderá ter em sua fase adultas e que jamais terá a chance de voltar e evitar que tudo aconteça. Por isso o simples atos de brincar com os pés no chão é tão importante, o estimulo a andar em diferentes ambientes, o brincar com diferentes objetos, o apertar, o abraçar, o pegar, o abrir e o fechar de suas mãos pequenas, o cair e levantar de suas pernas frágeis vão tornar esta criança um adulto forte e resistente para seguir adiante nos confusos caminhos que é VIVER.

Por Jossandra Barbosa.



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Até Breve!








9 comentários:

  1. Texto maravilhoso. Obrigado pela partilha. Beij

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  2. É lindo o texto adorei , e a parte que se refere a você me encanta ainda mais , porque conhecer de vc é incentivo pra mim , quanto aos medos vivo isso até hoje , aprendi andar de bicicleta quase com trinta anos , mais até hj procuro coragem pra dirigir e tirar minha CNH e lá se vai meus quase cinquenta anos e ainda não tirei minha carteira de motorista.

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  3. É como andar de bicicleta,a gente nunca esquece! E a sensação é única! Não podemos privar nossos filhos e alunos de estímulos tão significativos!

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  4. Muito marcante sua historia Jossandra.
    Ao contrário do relato acima, sempre fiz tudo que uma criança costuma fazer em sua infância. Subi em árvores, cai de bicicleta, brinquei na rua, soltei pipa, joguei pião e bolinhas de gude com outras crianças. Tive uma infância maravilhosa.

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  5. muito interessante essa historia, nos faz rever nossos cuidados com nossos filhos e netos. pois todos tem o direito de brincar, cair, levantar, fazer suas proprias descobertas e seguir em frente.

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