PARTICIPE

PARTICIPE
150,00 A MENSALIDADE

sábado, 23 de agosto de 2014

Conheça a Psicopedagogia Clínica Escolar


                                        
Por Jossandra Barbosa


Depois de conversar com inúmeros profissionais através de e-mail, whatzapp e bate papo nas redes sociais locais percebi um grande erro de interpretação no que comumente chamamos de Psicopedagogia clínica e no relato dos profissionais e suas atuações nas escolas. Dai surgiu-me o interesse em realizar uma pesquisa sobre o tema.
Li cerca de dez livros, artigos, blogs e monografias referente ao que é a Psicopedagogia e encontrei incoerências que mostram erros de interpretação no conceito de psicopedagogia clínica começando na formação dos profissionais nas faculdades e terminam nos livros,  maioria dos textos publicados sobre o assunto. Desta forma os profissionais sentem-se desorientados sem saber na prática como e onde atuar.
Ao fazer o curso de psicopedagogia há duas disciplinas separadas uma de institucional (geralmente primeiro o que é um erro) e a de clinica depois. Nestas disciplinas aprendente que as duas são psicopedagogias com campos de atuação separadas e distintas, onde a Clinica é realizada em consultórios fechados e não pode ser aplicada na Psicopedagogia Institucional.
Ao passar estes conceitos geralmente os professores usam textos resumidos , com conceitos bem simplificados e sem nenhuma discussão do que podemos entender de clínico e o porque se deu esta diferenciação no Brasil causando uma gritante disparidade entre as disciplinas do curso, a teoria e os estágios e a pratica profissional.
Existem ainda uma separação nas faculdades do curso de psicopedagogia que deveria ser um curso só, passou-se a oferecer dois cursos separados: um de psicopedagogia clínica e outro institucional.
Os cursos de psicopedagogia institucional orientam seus alunos a trabalharem apenas a assessoria psicopedagógica, entretanto durante os estágios os alunos são obrigados a aplicar testes com alunos, fazer devolutivas  com os pais, a escreverem relatórios e a terem conhecimento da parte clínica, já que testes, devolutivas, informes, avaliação e intervenção são considerados instrumentos de trabalho do psicopedagogo clínico. Encontramos aí o primeiro erro. Se os alunos são orientados a fazerem apenas assessoria, como os estágios são clínicos dentro das escolas?
Na verdade os estágios clínicos dentro das escolas não estão errados. O que está errado é interpretação que os cursos e professores estão fazendo do que chamamos de Clínico e a separação da psicopedagogia institucional da clínica como se elas não pudessem andar juntas ou que tenha algo que proíba isto.
Para você é estranho pensar em psicopedagogia clínica dentro da escola?  Parece meio absurdo e incoerente? Mas não é. Investiguei nos livros de Alicia Fernandes, Jorge Visca e Sara Pain e descobri que estes autores falam em clínica porque na Argentina na década de 70, a psicopedagogia vem da área médica e não escolar com exceção da Sara Pain, que tem seu trabalho bem voltado para a realidade escolar. Mas estes autores mostram que os instrumentos de avaliação psicopedagógica podem ser usados nos mais diferentes locais, tudo depende do objetivo e do sujeito, seja ele grupo ou individual. Os trabalhos posteriores em sua grande maioria eram de psicopedagogos ligados a psicologia e que já atuavam em seus consultórios particulares, ou em hospitais públicos.Desta forma percebemos em seus relatos que eles falam de suas experiências naquele ambiente fechado, mas que não excluem as opções de atendimento do clínico em outros ambientes.
Na construção psicopedagógica no Brasil crostrui-se a partir das experiências e orientações dos psicopedagogos argentinos que possuem uma formação com duração em média de 4 a 5 anos, onde são preparados para atuarem no campo educacional e da saúde, muito diferente da formação brasileira que se dá , em sua maioria, nos cursos de pós graduações que vão de cursos com 360 horas a 600 horas, seja presencial com encontros quinzenais ou a distância com ou sem estágios. Em comparação com a formação Argentina a formação dos psicopedagogos brasileira perde no tempo em salas de aulas, em contato em discussões, conhecimento e produções científico. Existem cursos de 360 horas que forma o psicopedagogo clínico que muitas vezes não teve nenhuma formação anterior na área educacional e será lançado no mercado de trabalho para trabalhar com todos os tipos de dificuldades e transtornos de aprendizagem
Classifico a psicopedagogia em quatro tipos diferentes e que não podem ser separadas e que devem ser estudadas juntas em um único curso e aplicados a cada realidade social que o aluno está inserido são elas: A Psicopedagogia Institucional Escolar, Psicopedagogia Institucional Empresarial, Psicopedagogia Institucional Hospitalar e Psicopedagogia Institucional Assistencial e a Psicopedagogia Clinica que vai conter conhecimentos e informações necessárias a serem aplicadas em todos os tipos de instituições.Daremos ênfase neste estudo somente sobre a Psicopedagogia Institucional Escolar.
Nos conceitos publicados em livros sobre psicopedagogia, também dizem que a psicopedagogia clínica atua de forma curativa e a institucional preventiva. Entretanto nenhuma fonte estudada diz que não pode ter processo curativo na psicopedagogia institucional escolar ou nas outras instituições( Como é o caso do psicopedagogo assistencial que trabalha com crianças em orfanatos, espaços multidisciplinares, salas de recursos, etc) . Elas só afirmam que é importante o trabalho preventivo e que o foco do trabalho do psicopedagogo não seja o PROBLEMA DE APRENDIZAGEM do aluno, mas em todos os aspectos que o "problema" está relacionado.
Ao entrevistar profissionais da psicopedagogia de vários municípios encontramos vários profissionais da psicopedagogia inseridos em escolas seja por concurso público ou pela iniciativa privada realizando a investigação das queixas dos professores, avaliação e intervenção com os alunos que apresentam dificuldades, orientando os pais destes alunos ou alunos com necessidades educativas especiais, trabalhando com orientação metodológica para os professores, auxiliando projetos extracurriculares, fazendo assessoria com o planejamento escolar inclusivo, palestras e oficinas aos professores.
O que encontramos na pesquisa que entra em confronto com a teoria da formação é o trabalho de avaliação e intervenção junto com os alunos com dificuldades de aprendizagem, já que muitos afirma que a escola não é um ambiente adequado para realizar estas atividades, que devem ser restritas ao espaço fechado dos “consultórios particulares”.
                                   
Se entendermos que o termo clínico, que vem da medicina, significa “ tratamento de doenças” ,e diz respeito a saúde e não a educação, entenderemos que o consultório clínico é um espaço de pessoas doentes. E as pessoas que ali procuram o serviço da psicopedagogia seriam para se curar de uma patologia.
Entretanto as dificuldades e transtornos de aprendizagem ( que são o foco de trabalho do psicopedaogogo) não são considerados pela Organização Mundial de Saúde como doenças. Então concluímos que o “consultório” psicopedagógico não é um lugar de doentes.
 A psicopedagogia abrange a área da saúde e da educação ao mesmo tempo e nunca separadas, como afirma PORTO (2011) “A psicopedagogia é uma área de atuação que integra a saúde e a educação e lida com o conhecimento, sua ampliação, sua aquisição, suas distorções, suas diferenças e seu desenvolvimento de múltiplos processos”, entendemos a parte clinica da psicopedagogia como “tratamento físico, mental e cognitivo” dos problemas de aprendizagem desta forma ela pode acontecer em vários ambientes e não somente nos espaços conhecidos consultórios, que eu prefiro chamar de espaços psicopedagógico.
Outro conceito errado é o que chamamos de consultórios, damos um sentido restrito de um lugar privado de uma clínica médica, veja o que Jorge Visca diz a este respeito: " (...) consultório, significa um âmbito distinto dos quais estamos acostumados: é um lugar qualquer, a rua para quem tem dificuldade para locomover-se na cidade, cada caso em particular." (VISCA, 2010) e continua " em outros termos o consultório é um prologamento do psicopedagogo".
Desta forma o psicopedagogo pode ter um "consultório" em qualquer ambiente institucional basta que ele siga as seguintes orientações "comodidade,segurança, materiais adequados e não-modificação de seus elementos estruturais" ou deve ser um “lugar para receber o sujeito e lhe dar segurança de sua privacidade”. (VISCA, 2010).
Jorge Visca, nos fala em sua teoria da Epistemologia Convergente que o psicopedagogo deve ter atitude clínica em todo e qualquer ambiente de sua atuação e que o método clínico defendido por ele ( onde ele convergiu a psicanálise, a psicologia social e a epistemologia genética) poderia ser usada tanto para atenção a indivíduos de forma individual ou grupal, ou seja os instrumentos trazidos por ele como a EOCA, são instrumentos que não são de uso restrito dos “consultórios particulares” podem sem aplicados nas escolas, nas instituições de recuperação de pequenos infratores, casas assistenciais, com adolescentes, jovens e adultos, desde que voltados para os objetivos psicopedagógico de investigação das inquietudes educacionais.
Toda esta interpretação errada do conceito de psicopedagogia clínica, a restringindo num ambiente fechado e privado (geralmente particular, caro e inacessível ) resultou em uma alarmante diferença entre a teoria da formação e a prática quando o profissional é inserido no mercado de trabalho.
         Os psicopedagogos que atuam na área escolar buscam diagnosticar os problemas que afligem os alunos com históricos de fracasso escolar ( não entendemos aqui apenas a reprovação escolar mas sim a não aprendizagem significativa na idade certa e na séries correspondentes causando as disparidades em algumas salas principalmente em relação a leitura e a escrita que é o grande problema da maioria das escolas). Avaliação esta que tem como objetivo não classificar ou diagnósticos distúrbios e síndromes, mas sim obter uma visão geral do que está acontecendo entre a instituição e o aprendente, procurando entender suas reais competências e necessidades. Dai organizar um projeto de intervenção que vise buscar alternativas entre o professor e estes aluno específicos para que juntos possam conseguir superar tais dificuldades, como também isoladamente mostrar aos alunos como eles podem atingir os níveis de aprendizagem esperado pela escola. Entretanto muitos destes profissionais dizem se sentirem inseguros para realizarem as exigências do mercado de trabalho.
Dentro do que então chamamos de atuação psicopedagógica clinica escolar, entendemos que é uma atuação onde o profissional atua com conhecimentos de avaliação e instrumentos de intervenção psicopedagógica e os utiliza adaptando para a realidade de cada contexto escolar .Podemos  citar a experiência do projeto APE- Atendimento psicopedagógico escolar, que acontecia dentro das escolas municipais de Teresina/Pi onde o psicopedagogo trabalhava diretamente com intervenções clinicas (usando o lúdico) nas diferentes dificuldades de seus alunos e em contato com seus os professores. Projeto, este que foi interrompido na troca de gestão municipal.
Temos, também,  profissionais da rede particular que realizam a parte preventiva e terapêutica com ações frente às necessidades escolares como um todo, mas também individualmente trabalham com as crianças que apresentam dificuldades durante o ano letivo. Ainda temos profissionais que trabalham de forma autônoma oferecendo seus serviços para as escolas e estes atuam duas ou três vezes na semana levando assessoramento e atendimento clínico as escolas.
Muitos municípios estão criando Centro de Referencia para apoio psicopedagógico onde o psicopedagogo atuará de forma clínica. Muitos então defendem que somente esta é a forma correta para a interferência nos processos de dificuldade do aluno por ele estar fora do ambiente escolar. Entretanto discordo de tais afirmações. Vejo, sim, a necessidade da criação deste ambientes que são muito mais “ambientes assistenciais “ do que ambientes psicopedagógicos clínicos” em contra partida se a critica ao trabalho de intervenção do psicopedagogo escolar é contaminação com os problemas da escola, nossa critica a estes centros é a total desvinculação do profissional com a escola. Sabemos que tratar o problema da dificuldade do aluno focando somente este é algo impossível e sem consistência, aliado a isto está a dificuldade dos pais de levarem os filhos a uma outra instituição, pois este alegam trabalho e outros afazeres além da dificuldade de mobilização com transporte e alimentação.
 Elencando ainda problemas destes centros são a quantidade de crianças assistidas, pois até o momento é apenas UM centro para atender todas as escolas o que dificulta o trabalho do profissional psicopedagogo que atende variada clientela de idade, de bairros e as vezes até cidades vizinhas e o número de crianças levando a um atendimento exorbitante de crianças para um profissional e lhe impossibilitando de ter contato com todas as escolas e professores de cada criança.
Tudo isto resulta num número limitado de crianças atendida frente à necessidade do município e na continuidade do processo de fracasso escolar por aqueles que nem chegaram a ter a oportunidade de irem para o centro de referencia. Isto porque a criação do centro de referencia em dificuldade de aprendizagem para apoio interdisciplinar também uma manobra política de não contratar estes profissionais como corpo efetivo da escola.Na teoria, é um projeto muito interessante, mas na prática ainda há muito o que se discutir e criar alternativas para que o trabalho de intervenção psicopedagógica seja alcançado com sucesso. 
Concluímos esta reflexão defendendo a necessidade de discutir os conceitos de psicopedagogia clinica e institucional, assim como o fim da divisão dos curso de psicopedagogia em duas partes.
Acreditamos que há que deve haver uma reorganização dos cursos, assim como fiscalização destes para que assim não ocorra incoerência entre a formação e a realidade do mercado de trabalho. Já que o psicopedagogo é um profissional que sai das faculdades e vai atuar em escolas e outros ambientes educacionais em sua maioria, e precisa conhecer os instrumentos de avaliação de diagnóstico clinico das dificuldades e transtornos de aprendizagem, saber fazer um informe psicopedagógico, devolutivas e encaminhamentos
Finalizo falando brevemente da psicopedagogia Assistencial que cresce no Brasil com a contratação de psicopedagogos, principalmente,  através de concursos públicos para instituições de assistência a crianças, jovens e adultos, tais como só CRAS, NAICAS, APAES, AMAS, abrigo de menores infratores, penitenciárias, instituições de recuperação de usuários de drogas e instituições de casa de repouso para idosos. São instituições que são informalmente escolares com outros objetivos e equipes multidisciplinares. Espaços alternativos onde o psicopedagogo trabalha com terapia de grupos ou de formas individualizadas tanto com forma de prevenção como de intervenção aos problemas educacionais nos aprendentes ali assistidos por estas instituições.
Sendo que a maioria dos psicopedaogos que assumiram posto nestas instituições possuem formação institucional e não tiveram conhecimentos do processo de diagn´soticos e em intervenção das  dificuldades escolares assim como não trabalham disciplinas sobre as diferentes síndromes, transtornos e outros.
Não adianta teorizar e dizer que o psicopedagogo deve trabalhar as relações vinculares nestas instituições, se ele necessita de formação que os dê suporte pra entender os transtornos e dificuldades de aprendizagem em todas as etapas da vida humana, e  de conhecer as técnicas e instrumentos de diagnóstico psicopedagógicos para serem usados nos diversos espaços de atuação com finalidades específicas, o mesmo acontece com as técnicas de intervenção, o uso de jogos, do lúdico, de estratégias de grupos não são de prioridade dos espaços considerados “clínicos tradicionais” mas devem ser repensados e adaptados para os novos espaços terapêuticos que o psicopedagogo está atuando.

Em suma:
Atendimento psicopedagógico clinico escolar é o trabalho preventivo e terapêutico do psicopedagogo dentro das instituições escolares onde há exigência de uma formação que abrange tantos os conhecimentos de teoria vinculares, de relacionamentos sociais , teoria da aprendizagem , desenvolvimento cognitivo, afetividade, mas também conhecimento técnico de avaliação e intervenção psicopedagógica clinica dos diferentes problemas de aprendizagem, que comumente nos referimos na psicopedagogia como dificuldades e transtornos de aprendizagem, assim como conhecimento do processo de intervenção direta com os alunos com Transtornos e dificuldades de aprendizagem ( e não com crianças  especiais ou síndromes).

Este atendimento podem ser feitos em salas destinadas somente a atuação psicopedagógica, com materiais lúdicos,  projetos de apoio psicopedagógico e de assessoramento que vise a instituição como um todo , um trabalho em conjunto com a gestão , coordenação e família. Mas que também ofereça oportunidades mais praticas, mais executáveis e possíveis de que todos possam participar. Desta forma entendemos que as oportunidades profissionais estarão mais abertas e que o com uma formação mais consistentes nos cursos de psicopedagogia ( que deveriam deixar de serem específicos mas obrigatórios a formação completa em clinica e institucional e que na atuação profissional cada escolha a área que deseja mas com conhecimento abrangente das duas áreas).

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BOSSA, Nadia. A psicopedagogia no Brasil. Editora Arte Médica. São Paulo, 2000.
BEAUCLAIR, João. Para entender psicopedagogia: Perspectiva  atuais e desafios futuros. 3ª edição. Wak editora. Rio de Janeiro, 2009.
CARVALHO, Evodite goncalves (org). Psicopedagogia Institucional e sua atuação no mercado de trabalho.FE/UNICAMP. São Paulo, 2008.
CORDEIRO, Lenalva Oliveira. Teória e Pratica da psicopedagogia clínica. Wak Editora. Rio de Janeiro, 2013.
GOULART, Denise. Psicopedagogia Institucional. Curitiba, 2007.
FAGALI, Eloisa Quadros & VALE, Zélia. Psicopedagogia Institucional Aplicada. Vozes,  Rio de Janeiro. 2003.
LOMINICO, Circe Ferreira. Psicopedagogia Institucional. Ciência e Fé. Edicon, São Paulo,2003. 
PORTO, Olivia. Bases da Psicopedagogia: Diagnóstico e intervenção nos problemas da aprendizagem.5 ed. WAK, Rio de Janeiro.2011.
_______, Olivia. Psicopedagogia Institucional. Teoria, prática e assessoramento psicopedagógico. 4ª Ed. Wak, Rio de Janeiro. 2011
SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar. Editora Vozes, Rio de Janeiro, 1994.
WEISS, Maria Lucia L. Psicopedagogia Clinica. Editora DAP&A. Rio de Janeiro, 1999.
VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica:Epistemologia convergente. 2ª edição. Pulso Editorial. São Paulo, 2010.




5 comentários:

  1. Olá Jossandra, compactuo com suas palavras. Essa falta de informação e a não compreensão das lacunas deixadas na teoria, produzem um certo reducionismo na forma de percebermos o Psicopedagogo, atuando preventivamente e curativamente, nos diversos ambientes educativos. Obrigada.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  3. Olá, quero informação sobre o curso e o livro DIPP.

    ResponderExcluir

OBRIGADO POR SUA VISITA AMIGO(A)!
Cadastre-se e receba nossas novidades em seu e-mail.
PARA BAIXAR LIVROS E APOSTILAS GRATIS CLIQUE AQUI